Continuo com um aperto tao grande no coracao

e palavras nenhumas fazem sentido.


Esta foto foi tirada por mim em 2/12/2006. Um dia de Dezembro fantastico, um sol magnifico e um dos meus passeios favoritos, descer a pe' ao Funchal, do Lido ao Funchal, passear pela Avenida do Mar, sentar-me ao Sol e saborear aquele mar. Foram tantas as vezes que o fiz e nunca me cansei.

Para sempre a Madeira ficou a minha segunda casa, numa relacao nem sempre linear. Nunca outro local tera' o significado que esta ilha teve e tem para mim. Quase incoerente / contraditorio / sem sentido o que digo... tanto quanto o sentimento de quando parti pela ultima vez como residente...

O sentimento de ver aquelas ruas destruidas, aquelas gentes de coracao destrocado... e' angustiante.

Recordo as viagens diarias para o Paul do Mar e do pavor que tinha das quebradas. Recordo olhar pela janela e sentir uma angustia ao ver toda aquela rocha por detras das casas. Pensava se ha uma derrocada, fico aqui presa, nao ha como escapar.

Recordo a unica vez que fui ao Curral das Freiras e da aflicao que senti ao chegar la abaixo e so querer sair dali. Recordo pensar que o facis dos moradores era diferente. E' dificil de transmitir mas sempre achei que as pessoas do Curral tinham um facis diferente, marcado pela dureza do isolamento.

Recordo o Funchal. A estranheza dos primeiros dias em que me perguntaram se ia descer ao Funchal e a minha resposta foi mas eu estou no Funchal.

Descer ao Funchal ou apenas descer significa vir ao centro do Funchal independentemente de onde se esta diz-se vou "Descer ao Funchal". Aquele centro que me e' tao familiar, que aprendi a reconhecer como meu, que apesar de todas as amarguras por la sentidas me fazia sempre sentir tao bem quando resolvia descer e nele vaguear.

As manhas de Sol lindas e ver aqueles navios todos a chegar e os turistas sorridentes e curiosos.

Os miudos ao fim da tarde sentados nos muros Avenida do Mar, namoriscando, rindo, conversando enquanto esperavam os autocarros para subir.