Wednesday 30 October 2013

E como prenda de 5 anos de Inglaterra*

Recebi um email no trabalho a dizer que fui nomeada para os prémios que todos os anos atribuem a funcionários.

Fiquei supreendida pois fui nomeada pela Directora de Serviços. Embora em várias ocasiões ela já tenha expressado o seu apreço pelo meu trabalho, não estava nada à espera. Nem nunca me lembro daquela coisa dos prémios. Todos os anos são nomeados funcionários e equipas em várias categorias e deppis há uma cerimónia ao fim do dia de entrega dos prémios. Eu fui nomeada para a categoria "serviço ao público".

Não penso de forma alguma ganhar, mas já foi uma agradável surpresa a nomeação. Sabe bem sermos reconhecidos pelo esforço, dedicação e trabalho.

E pronto foi isto. Daqui a umas semanas tenho um jantarito XPTO lá nos Paços do Concelho, por onde já andaram reis e rainhas e será sem dúvida uma noite diferente.



* Não que fosse com esse propósito.

5 anos de Inglaterra

A semana passada fez 5 anos que cheguei. Nem mais nem menos. É o tempo exacto, aquele que tinha de ser.
Se não me falha a memória foram cerca de 2 anos até finalmente sair de Portugal. Foram de 2 anos de grande ânsia, indecisão, pesquisa, estudo. Não foi um salto no escuro, mas ao mesmo tempo soube a salto no escuro.
Jamais poderei agradecer o suficiente a quem na altura me deu a mão. Muito ou pouco, foi na medida das suas possibilidades físicas, psicológicas, materiais etc. E isso reconhecerei sempre, não obstante tudo o resto.
O primeiro ano foi sem dúvida o mais difícil. A língua, a cultura, o isolamento, a solidão, o começar de novo. Estive 11 meses sem ir a Portugal! Mas caramba, deu-me uma força que nem sempre reconheço.
Ao fim de um ano (mais coisa menos coisa), nova mudança para Londres onde criei laços de amizade e afinidade. Lentamente, fui-me reconstruindo.
Mas o bichinho esteve lá sempre. O "só estou bem onde não estou".
Depois foi o reencontro com um namorico de verão de tempos idos de adolescência inconsequente. E foi aquele Amor. E a ânsia de regressar aumentou. E comecei a planear o regresso. Não tinha de ser e veio ele para cá. E foi a melhor decisão das nossas vidas.
Nova mudança, para os arredores de Londres. E tal como milhares de commuters desloco-me durante a semana para trabalhar. São no mínimo 3 horas de viagem diárias. Se há um azar facilmente se chega às 4 ou 5 horas. Mas gosto tanto deste nosso espaço e desta vida mais calma. Gosto de ir à baixa cá do sítio e calmamente fazer as minhas compras. Gosto do ritmo menos acelerado desta cidade tipicamente inglesa.
Apesar do cansaço por enquanto manter-me-ei no mesmo local de trabalho- Tenho flexibilidade suficiente para trabalhar em casa um dia por semana e acumular horas para ter dias de folga a meio da semana. E depois já me habituei ao serviço, já lhe conheço os cantos à casa e apesar de tudo é um bom local para se trabalhar. Enquanto puder manter esta flexibilidade tudo bem.


Então e o regresso?! Esse fica adiado por tempo indeterminado. Muito provavelmente por muitos e muitos anos. E esta é uma decisão confortável e pacífica.